Ele era noturno e ela era solar para assistir. Unidos produziam uma luz exata. E uma sombra fresca. Eram um senhor e uma senhora. Seus adequados. Até de noite ? Sim, de noite a escuridão os consumia e os unia, Como hemisférios. Vivian Lamarque Alumia, Largo da Perdição, Porto Art installation, Light installation , Public space, Urban art. Eclipse by Fahr 021.3 fotos by Fernando Guerra
Amsterdã surpreende, e no quesito Museus, além dos
badalados
Museu Van Gogh e Stedelijk
Museu, não se deve perder ,
o Rijksmuseum, o Museu
Nacional da Holanda, considerado em
em 2015 o
melhor da Europa.
Fundado em 1800, na
cidade de Haia, mudou-se para Amsterdã
em
1808, e foi finalmente estabelecido em 1885 para o belo edificio, desenhado pelo arquiteto neerlandês Pierre Cuypers, que
combinou
elementos góticos e renascentistas na sua construção.
ORijks foi totalmente
renovado e para isso ficou fechado por
10 anos e foram gastos 375 milhões de
euros. Segundo o seu diretor, o museu precisava de um " facelift " à medida do século XXI, uma transformação radical. Reinaugurado em 2014, o surpreendente conjunto de pinturas, esculturas de grande qualidade, jóias, têxteis e instrumentos de navegação, miniaturas de navios, porcelanas, mobiliários, conchas do mar e outrasriquezas do período
mercantilista e colonial holandeses, ganharam ainda mais destaque nos novos espaços criados pelo arquiteto espanhol
Antônio
Ortiz e o francês Jean Michel Wilmotte que assinou o design expositivo. Eles tiveram a ideia de destacar os velhos mestres da pintura antiga relevanteshoje, porque “ toda grande arte é contemporânea”.
De um
acervo com 1 milhão de objetos, foram selecionados 8000, que contam 800 anos de história dos Países Baixos apresentada de forma cronológica e distribuída por 80 galerias e um Pavilhão Aziático. Foi escolhido uma paleta de cinzentos para as paredes das galerias com intuito de realçar as cores dos quadros e objetos, e que deu muito certo, somados a uma iluminação primorosa. Destaca-se o acervo
incomparável de artistas clássicos, Rembrandt puxando
a fila,
seguidos por Vermeer,
Frans Hals ,Jan Steen e Van Gogh entre
outros maravilhosos alunos de Rembrandt. Das inovaçoes geradas com a reforma, uma delas foi a plataforma digital: Rijksstudio, que pela primeira vez franqueou os direitos autorias das obras para serem usadas por qualquer um e de qualquer modo alternativo .
Recentemente, li, que o Rijks está fazendo um trabalho
rigoroso de
atualização da linguagem das obras com o
intuito de tornar o museu
mais inclusivo e abandonar, de vez, o
discurso absolutamente
eurocêntrico, que reflete o mundo feito de
colonizadores e colonizados,
e segundo eles já não existe.
Será ?
Há quem conteste, alegando que anular palavras que
remetam
a etnias como “preto”, ”negro”, ”esquimó”, ”mouro”, ”anão” ou
”selvagem”
além de ser uma tarefa ”gigantesca”, é branquear a
história, que tantas vezes foi marcada pela
violência e preconceito.
“ Não queremos
ser um museu só para brancos, onde outras etnias
não se revejam, onde alguém sinta que tem de
escrever um manifesto
contra o racismo por causa de uma legenda. ”
Boris De Munnick, Rijksmuseum
" Podemos fazer alterações, claro, mas não podemos deixar que uma
revisão de acordo com critérios modernos venha a pôr em causa o fato
de os museus serem um paradigma da memória das coisas."
José Alberto Seabra Carvalho
" Será sempre uma história parcial, que deixa de fora muita
gente.Será
sempre uma história com menos diferenças, e, por isso, muito mais
desinteressante." Mary Woollstonecraft, escritora e feminista inglesa
A ideia é a " democratização dos olhares ", interessante e polêmica.
O Museu é realmente ummust-see!
Quem tiver interesse em mais estórias relacionadas ao Rijks, indico a excelente crônica de autoria da Cora Ronái, sobre a interessante casa de bonecas ( com imagens no post e filme ), adquirida pelo Rijksmuseum, no link abaixo: